Qualidade de vida física e mental melhor do que da população em geral

Disparidades de saúde entre os negros americanos e do resto dos Estados Unidos têm sido bem documentadas em revistas médicas. Mas um estudo mostra que os negros que se identificam como membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia na verdade revelam qualidade de vida melhor do que o americano médio.
Os resultados foram extraídos de uma pesquisa da ARHS que incluiu perguntas com pontuações sobre saúde física e mental, conhecidas como SF-12v2, amplamente reconhecidas entre os pesquisadores como medidas precisas da qualidade de vida. Exemplos de perguntas incluídas estão:A pesquisa foi realizada pela Universidade de Loma Linda como parte do Estudo Adventista de Saúde e Religião (sigla em inglês ARHS), um estudo de cerca de 11.000 adventistas, incluindo mais de 3.400 adventistas negros.
- "Durante as últimas quatro semanas, quanta dor interferiu com seu trabalho normal?"
- "Quanto tempo durante as últimas quatro semanas sentiu-se desanimado e deprimido?"
Os resultados da ARHS foram então comparados com os resultados a partir de uma amostra nacional de pessoas que foram submetidas à pesquisa SF-12v2. No geral, os participantes adventistas negros do estudo relataram melhor qualidade física e mental de vida do que a norma dos EUA, em alguns casos em até 4,5 pontos percentuais.
"É surpreendente que, apesar da população de negros em geral mostrarem pior qualidade de vida numa série de medidas, nossos resultados mostram que os adventistas negros têm uma qualidade de vida significativamente melhor do que o americano médio", disse Dr. Jerry Lee, investigador principal da ARHS.
"Essa diferença é particularmente acentuada nos grupos etários mais velhos, que demonstram um aumento progressivo de saúde mental -- menor depressão, mais energia, sentindo-se mais calmos e pacíficos -- em relação à população em geral", Lee disse. "Este poderia ser um resultado das escolhas de estilo de vida saudável, que estão incluídas na fé adventista".
Comparados com os não-adventistas negros e brancos, os índices de fumar, beber e consumo de carne pelos adventistas são menores, e os índices de vegetarianismo e consumo de água maiores. Além disso, cerca de 95 por cento dos homens e mulheres no estudo do segmento negro frequentavam a igreja semanalmente ou mais frequentemente, em comparação com 30 por cento dos homens negros e 50 por cento das mulheres negras na Pesquisa Social Geral -- uma pesquisa realizada rotineiramente numa amostragem de todos os EUA pelo Centro Nacional de Pesquisa de Opinião.
Os adventistas, que defendem a temperança, uma dieta baseada em vegetais, e separam o sábado para adoração e tempo com a família, receberam muita cobertura da imprensa nos últimos anos por sua longevidade e qualidade de vida.
Loma Linda, Califórnia, uma cidade com alta concentração de adventistas, foi a única localidade dos EUA que apareceu no livro "As Zonas Azuis", por Dan Buettner. O livro examina cinco áreas do mundo onde o tempo de vida visivelmente ultrapassa as normas. Os adventistas de Loma Linda, objetos do livro, foram apresentados em muitas TV nacionais, incluindo um cirurgião cardíaco que aos 94 anos pratica cirurgias e foi entrevistado no famoso "The Oprah Winfrey Show". Uma professora de piano que dá aulas com 97 anos foi entrevistada pela CNN por Anderson Cooper.
A ARHS é um sub-estudo do Adventist Health Study-2 (AHS-2), um estudo de saúde a longo prazo de mais de 96.000 adventistas, incluindo 26 mil adventistas negros em todos os EUA e Canadá.
A pesquisa mostra que as doenças de estilo de vida afetam desproporcionalmente os negros. Parte do objetivo do AHS-2 tem sido determinar por que este é o caso, explorando as ligações entre dieta, estilo de vida e doença. Pesquisadores ao início do estudo disseram que os resultados do ARHS seria um passo importante para se aprenderem práticas que possam ajudar a eliminar as disparidades de saúde entre os negros e a população em geral.
Ao prosseguirem as análises de dados, os pesquisadores dizem esperar mais resultados que terão implicações de longo alcance para melhorar a saúde da comunidade negra.
O AHS-2 é conduzido por pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade Loma Linda . Para mais informações, visite www.adventisthealthstudy.org.
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