
Pronto. Está justificada a selvageria contida dos ringues: no fundo de nossa natureza animalesca, ainda somos o velho troglodita clamando para vir à tona. Abandonamos o tacape para usar luvas de couro. As pauladas foram substituídas por golpes precisamente calculados, e as regras estão aí para evitar (muito) derramamento de sangue seguido de morte, como ocorria nos mitológicos tempos das cavernas.
No box que finaliza a reportagem (aparentemente encomendada para suavizar o lado sangrento do UFC), a lutadora Ronda Rousey reforça a tese de Pinker: lutar é “uma volta ao estado natural da humanidade”.
Ronda tem razão, se esse “estado natural” for encarado sob a cosmovisão darwinista de luta pela sobrevivência etc. e tal. No entanto, como criacionista, entendo que o “estado natural da humanidade” é aquele no qual fomos originalmente criados. A violência – bem como a morte e tudo que há de ruim no mundo – faz parte da história pós-pecado e é um desvio do plano original de Deus. Por isso mesmo, sob o ponto de vista criacionista, a dor é antinatural e aberrante. O cristão que segue a Bíblia reconhece a origem perfeita num mundo de paz e harmonia, lamenta a introdução do pecado na história e vive motivado pela esperança de que Deus recriará este planeta para ser de novo o que nunca deveria ter deixado de ser (Ap 21).
Na nova criação de Deus, não haverá lugar para ringues, chutes, finalizações, derramamento de sangue (consentido ou não) ou qualquer coisa que chegue perto disso. Portanto, quem está se preparando para aquele lar deve também incorporar seu estilo de vida e erguer a voz contra tudo o que degrade a imagem e semelhança de Deus – o ser humano.
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