Uma equipe internacional de cientistas diz ter achado sinais do bóson de Higgs, partícula elementar considerada uma das peças fundamentais da formação do Universo após o Big Bang.
No entanto, os cientistas da Cern (Organização Europeia de Pesquisa Nuclear), perto de Genebra, disseram que ainda não há provas conclusivas da existência da partícula que, de acordo com as teorias em vigor hoje, confere massa a todas as demais partículas.
"Se a observação do Higgs for confirmada, essa realmente será uma das descobertas do século", disse Themis Bowcock, professor de física de partículas da Universidade de Liverpool (Reino Unido). "Os físicos terão descoberto uma pedra angular da composição do Universo, cuja influência sentimos e vemos todos os dias das nossas vidas."
Os líderes de dois experimentos, o Atlas e o CMS, revelaram suas descobertas num seminário lotado no Cern, onde estão tentando localizar traços do arredio bóson ao criar colisões de partículas em altíssima velocidade, no acelerador LHC (Grande Colisor de Hádrons).
"Ambos os experimentos produziram sinais essencialmente na mesma direção", declarou Oliver Buchmueller, físíco-sênior do CMS. "Parece que tanto nós quanto o Atlas achamos sinais no mesmo nível de massa [das partículas], o que é muito importante" porque eles parecem corroborar um ao outro. Trata-se de uma energia em torno de 126 GeV (gigaelétron-volts)
NO LIMIAR
De acordo com o chamado Modelo Padrão da física de partículas, o bóson de Higgs, batizado em homenagem ao físico britânico Peter Higgs, interage com as demais partículas, numa espécie de campo que permeia todo o Universo, conferindo massa a algumas, enquanto outras não possuem massa.
Embora sua descoberta possa solidificar o conhecimento atual sobre partículas como elétrons e fótons, os resultados do trabalho no LHC também poderiam provar que ele não existe. Esse último resultado exigiria que os cientistas repensassem as bases da física atual.
Os pesquisadores dizem que só terão certeza sobre os resultados envolvendo o Higgs no ano que vem.
FONTE: FOLHA ONLINE
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