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sexta-feira, 25 de maio de 2012

A escolha dos alimentos

Nosso corpo é formado pela comida que ingerimos. Há constante desgaste dos tecidos do corpo; todo movimento de qualquer órgão implica um desgaste, o qual é reparado por meio do alimento. Cada órgão do corpo requer sua parte de nutrição. O cérebro deve ser abastecido com sua porção; os ossos, os músculos e os nervos requerem a sua. Maravilhoso é o processo que transforma a comida em sangue, e se serve desse sangue para restaurar as várias partes do organismo; mas esse processo está prosseguindo continuamente, suprindo a vida e a força a cada nervo, cada músculo e tecido.
 Deve-se escolher o alimento que melhor proveja os elementos necessitados para a edificação do organismo. Nessa escolha, o apetite não é um guia seguro. Mediante hábitos errôneos de comer, o apetite se tornou pervertido. Muitas vezes exige alimento que prejudica a saúde e a enfraquece em lugar de fortalecê-la. Não nos podemos guiar com segurança pelos hábitos da sociedade. A doença e o sofrimento que por toda parte dominam são em grande parte devidos a erros populares com referência ao regime alimentar. [...]
Mas nem todas as comidas saudáveis em si mesmas são igualmente adequadas a nossas necessidades em todas as circunstâncias. Deve haver cuidado na seleção do alimento. Nossa comida deve ser de acordo com a estação, o clima em que vivemos e a ocupação em que nos empregamos. Certas comidas apropriadas para uma estação ou um clima, não o são para outro. Assim, há diferentes comidas mais adequadas às pessoas segundo as várias ocupações. Muitas vezes, alimentos que podem ser usados com proveito por pessoas que se empenham em árduo labor físico não são próprios para as de trabalho sedentário, ou de intensa aplicação mental. Deus nos tem dado ampla variedade de comidas saudáveis, e cada pessoa deve escolher dentre elas aquelas que a experiência e o bom senso demonstram ser as mais convenientes às suas próprias necessidades.
O plano original de Deus quanto à nossa alimentação — A fim de saber quais são os melhores alimentos, cumpre-nos estudar o plano original de Deus para o regime do homem. Aquele que criou o homem e lhe compreende as necessidades designou a Adão o que devia comer: “Eis que vos tenho dado toda erva que dá semente [...] e toda árvore em que há fruto de árvore que dá semente; ser-vos-ão para mantimento”. Gênesis 1:29. Ao deixar o Éden para ganhar a subsistência lavrando a terra sob a maldição do pecado, o homem recebeu também permissão para comer a “erva do campo”. Gênesis 3:18.
Cereais, frutas, nozes e verduras constituem o regime dietético escolhido por nosso Criador. Esses alimentos, preparados da maneira mais simples e natural possível, são os mais saudáveis e nutritivos. Proporcionam uma força, uma resistência e vigor intelectual que não são promovidos por uma alimentação mais complexa e estimulante. [...]
A fim de manter a saúde, é necessária suficiente provisão de alimento bom e nutritivo.
Se planejarmos sabiamente, os artigos que promovem a boa saúde podem ser obtidos em quase todas as terras. Os vários artigos preparados de arroz, trigo, milho e aveia são enviados para toda parte, bem como feijões, ervilhas e lentilhas. Estes, juntamente com as frutas nacionais ou importadas, e a quantidade de verduras que dão em todas as localidades, oferecem oportunidade de escolher um regime dietético completo, sem o uso de alimentos cárneos. [...]
Onde quer que as frutas secas como passas, ameixas, maçãs, pêras, pêssegos e abricós se podem obter por moderado preço, verificar-se-á que se podem usar como artigos principais de regime, muito mais abundantemente do que se costuma fazer, com os melhores resultados para a saúde de todas as classes. — A Ciência do Bom Viver, 295, 296, 299.
A ciência de preparar os alimentos — Cozinhar não é ciência desprezível, porém uma das mais essenciais na vida prática. É uma arte que todas as mulheres deviam aprender, devendo ser ensinada de um modo que beneficiasse às classes mais pobres. Fazer comida apetecível e ao mesmo tempo simples e nutritiva requer habilidade; pode no entanto ser feito. As cozinheiras devem saber preparar alimento de maneira simples e saudável, e de modo que seja mais apetecível e mais são, justo por causa de sua simplicidade. — A Ciência do Bom Viver, 302, 303.
Façamos progresso inteligente na simplificação do nosso regime alimentar. Na providência de Deus, cada país produz artigos de alimento contendo os nutrientes necessários para a construção do corpo. Esses produtos podem ser transformados em pratos saudáveis e apetitosos. — Medicina e Salvação, 274.
Muitos não consideram esta uma questão de dever, por isso não procuram preparar alimento adequadamente. Este pode ser feito de maneira simples, saudável e fácil, sem usar banha, manteiga ou alimentos cárneos. A habilidade deve estar ligada à simplicidade. Para isso, as mulheres devem ler e, depois, transformar pacientemente em prática o que leram. — Testimonies for the Church 1:681.
Frutas, cereais e verduras, preparados de maneira simples, livres de especiarias e gordura animal de qualquer espécie, fazem com leite ou nata, o regime alimentar mais sadio. — Conselhos Sobre Saúde, 115.
Cereais e frutas preparados sem gordura, e no estado mais natural possível, devem ser o alimento para as mesas de todos os que professam estar-se preparando para a trasladação ao Céu. — Testimonies for the Church 2:352.
Em geral, usa-se demasiado açúcar no alimento. Bolos, pudins, massas folhadas, geléias e doces são causa ativa de má digestão. Especialmente nocivos são os cremes e pudins em que o leite, ovos e açúcar são os principais ingredientes. Deve-se evitar o uso abundante de leite e açúcar juntos. — A Ciência do Bom Viver, 301, 302.
Quanto menor for a quantidade de açúcar introduzida no preparo da alimentação, menor a dificuldade experimentada em virtude do calor do clima. — Conselhos Sobre o Regime Alimentar, 95.
O leite que se usa deve ser perfeitamente esterilizado; com esta precaução, há menos perigo de contrair doenças por seu uso. — A Ciência do Bom Viver, 302.
Pode vir o tempo em que não seja seguro usar leite. Se, porém, as vacas são sadias e o leite suficientemente fervido, não há necessidade de criar antecipadamente um tempo de angústia. — Conselhos Sobre o Regime Alimentar, 357.
Comidas condimentadas — Os condimentos, tão freqüentemente usados pelos mundanos, são prejudiciais à digestão. — Conselhos Sobre o Regime Alimentar, 339.
Nesta época de pressa, quanto menos estimulante for a comida, melhor. Os condimentos são prejudiciais em sua natureza. A mostarda, a pimenta, as especiarias, os picles e coisas semelhantes irritam o estômago e tornam o sangue febril e impuro. O estado de inflamação do estômago do bêbado é muitas vezes pintado para ilustrar os efeitos das bebidas alcoólicas. Condição semelhante de inflamação é produzida pelo uso de condimentos irritantes. Dentro em pouco, a comida comum não satisfaz o apetite. O organismo sente necessidade de alguma coisa mais estimulante. — A Ciência do Bom Viver, 325.
Muitos têm condescendido tanto com o paladar, que a menos que tenham justamente o alimento exigido pelo mesmo, não encontram prazer nele. Caso sejam postas diante deles comidas condimentadas, fazem o estômago trabalhar aplicando-lhe esse causticante açoite; pois esse estômago tem sido tratado de tal modo que não reconhece comida não estimulante. — Conselhos Sobre o Regime Alimentar, 340.
Os condimentos a princípio irritam as tenras mucosas do estômago, mas finalmente destroem a sensibilidade natural dessa delicada membrana. O sangue torna-se febril, despertam-se as propensões animalescas, enquanto se enfraquecem as faculdades morais e intelectuais, tornando-se servas das paixões baixas. A mãe deve cuidar em pôr diante de sua família uma alimentação simples, se bem que nutritiva. — Conselhos Sobre Saúde, 114.
A importância da regularidade — Tomada a refeição regular, deve-se permitir ao estômago um descanso de cinco horas. Nenhuma partícula de alimento deve ser introduzida no estômago até a próxima refeição. Neste intervalo o estômago efetuará seu trabalho, estando então em condições de receber mais alimento. — Conselhos Sobre o Regime Alimentar, 179.
A regularidade nas refeições deve ser fielmente observada. Coisa alguma se deve comer entre elas, nada de doces, nozes, frutas, ou qualquer espécie de comida. A irregularidade na alimentação arruína a saúde dos órgãos digestivos, com detrimento da saúde em geral, e da alegria. E, quando as crianças chegam à mesa, não apetecem os alimentos sãos; desejam o que lhes é prejudicial. — A Ciência do Bom Viver, 384.
Quando nos deitamos para repousar, o estômago já devia ter concluído a sua obra, a fim de, como os demais órgãos do corpo, fruir repouso. Para as pessoas de hábitos sedentários, as ceias tarde da noite são particularmente nocivas. [...]
Em muitos casos, a fraqueza que leva a desejar alimento é sentida porque os órgãos digestivos foram muito sobrecarregados durante o dia. Depois de digerir uma refeição, os órgãos que se empenharam nesse trabalho precisam de repouso. Pelo menos cinco ou seis horas devem entremear as refeições; e a maior parte das pessoas que experimentarem esse plano verificará que duas refeições por dia são preferíveis a três. [...]
O costume de comer apenas duas vezes por dia, em geral, demonstra-se benéfico à saúde; todavia, sob certas circunstâncias, talvez algumas pessoas tenham necessidade de uma terceira refeição. Esta, porém, deve ser muito leve, e de comida de fácil digestão. — A Ciência do Bom Viver, 304, 321.
Quando os alunos combinam o esforço físico e mental, [...] deixa de existir, em grande parte, a objeção à terceira refeição. [...] Tomem os estudantes a terceira refeição, preparada sem verduras, mas com alimento simples e saudável, tais como frutas e pão. — Conselhos Sobre o Regime Alimentar, 178.
A comida não deve ser ingerida muito quente nem muito fria. Se está fria, as forças vitais do estômago são chamadas a fim de aquecê-la antes de ter começo o processo digestivo. Bebidas frias, pelo mesmo motivo, são prejudiciais. Por outro lado, o uso copioso de bebidas quentes é debilitante. Na verdade, quanto mais líquido for ingerido nas refeições, tanto mais difícil se tornará a digestão do alimento, pois o líquido precisa ser absorvido primeiro para que principie a digestão. Não useis sal em quantidade, evitai os picles e comidas condimentadas, servi-vos de abundância de frutas, e a irritação que requer tanta bebida nas refeições desaparecerá em grande parte. A comida deve ser ingerida devagar, completamente mastigada. Isso é necessário para a saliva ser devidamente misturada com o alimento, e os sucos digestivos chamados à ação. — A Ciência do Bom Viver, 305.
A aplicação dos princípios de saúde — Há verdadeiro bom senso na reforma do regime. O assunto deve ser estudado de forma ampla e profunda. Ninguém deve criticar outros porque não estejam, em todas as coisas, agindo em harmonia com seu ponto de vista. É impossível estabelecer uma regra fixa para regular os hábitos de cada um, e ninguém se deve considerar critério para todos. Nem todos podem comer as mesmas coisas. Comidas apetecíveis e sãs para uma pessoa podem ser desagradáveis e mesmo nocivas para outra. Alguns não podem usar leite, ao passo que outros tiram bom proveito dele. Há pessoas que não conseguem digerir ervilhas e feijão; para outros, eles são saudáveis. Para uns, as preparações de cereais integrais são boas, enquanto outros não as podem ingerir. — A Ciência do Bom Viver, 319, 320.
Onde tem havido condescendência com hábitos errôneos, não deve haver demora em reformá-los. Quando a dispepsia tem sido o resultado do mau trato infligido ao estômago, façam-se cuidadosos esforços para conservar o resto da resistência das forças vitais, afastando toda sobrecarga. Talvez o estômago nunca recupere inteiramente a saúde depois de longo tempo de mau trato; mas uma correta orientação no regime dietético poupará posterior debilidade, e muitos se recuperarão mais ou menos. [...]
Homens fortes, que se empenham em ativo trabalho físico, não são forçados a cuidar tanto no que respeita à qualidade e à quantidade do alimento, como as pessoas de hábitos sedentários; mas mesmo esses desfrutariam melhor saúde se usassem de domínio sobre si mesmos quanto ao comer e ao beber.
Alguns desejariam que se lhes prescrevesse uma regra exata para seu regime. Comem demais, e depois se lamentam, e ficam sempre a pensar no que comem e bebem. Não deve ser assim. Uma pessoa não pode ditar uma estrita regra para outra. Cada um deve exercer discernimento e domínio, agindo por princípio. [...]
A reforma dietética deve ser progressiva. À medida que as doenças aumentam nos animais, o uso de leite e ovos se tornará cada vez menos livre de perigo. Deve-se fazer um esforço para os substituir com outras coisas que sejam saudáveis e pouco dispendiosas. O povo de toda parte deve ser ensinado a cozinhar sem leite e ovos, isso o quanto possível, fazendo não obstante comida saudável e gostosa. [...]
Deus não é honrado quando o corpo é negligenciado ou maltratado, ficando assim incapacitado para Seu serviço. Cuidar do corpo, proporcionando-lhe comida saborosa e revigorante, é um dos principais deveres dos pais de família. É muito melhor usar roupas e mobília menos caras do que restringir a provisão de alimento.
Alguns chefes de casa poupam na mesa da família a fim de proporcionar dispendiosa hospedagem às visitas. Isso não é sábio. Deve haver maior simplicidade na hospedagem. Dê-se primeiro atenção às necessidades da família.
Uma economia destituída de sabedoria e os costumes artificiais impedem o exercício da hospitalidade onde é necessária e quando seria uma bênção. A quantidade regular de alimento deve ser de maneira que se possa receber de boa vontade o inesperado hóspede, sem sobrecarga para a dona-de-casa, com preparativos extras. [...]
Considerai cuidadosamente vosso regime. Estudai das causas para os efeitos. Cultivai o domínio de vós mesmos. Mantende o apetite sob o domínio da razão. Nunca abuseis do estômago, comendo excessivamente, mas não vos priveis da comida saudável e saborosa que a saúde exige. — A Ciência do Bom Viver, 308, 310, 320-323.
Os que entendem as leis da saúde e são governados por princípios fugirão dos extremos, tanto da condescendência como da restrição. Sua alimentação é escolhida não meramente para agradar o apetite, mas para fortalecimento do organismo. Procuram conservar todas as faculdades nas melhores condições para o mais elevado serviço a Deus e aos homens. O apetite acha-se sob o controle da razão e da consciência, e são recompensados com a saúde física e mental. Embora não insistam de modo impertinente em seus pontos de vista para os outros, seu exemplo é um testemunho em favor dos princípios corretos. Essas pessoas exercem vasta influência para o bem. — A Ciência do Bom Viver, 319.
Não devemos, no sábado, aumentar a quantidade de alimento ou preparar maior variedade do que noutros dias. Ao contrário, a refeição do sábado deve ser mais simples, convindo comer menos do que nos outros dias, a fim de ter o espírito claro e em condições de compreender os temas espirituais. [...]
Embora deva a gente abster-se de cozinhar aos sábados, não é necessário ingerir a comida fria. Em dias frios, convém aquecer o alimento preparado no dia anterior. As refeições, posto que simples, devem ser apetitosas e atraentes. — Testimonies for the Church 6:357. Especialmente nas famílias em que há crianças, é bom, aos sábados, qualquer coisa que seja considerada como um prato especial, coisa que a família não tenha todos os dias. — A Ciência do Bom Viver, 307, 308.
O controle do apetite — Uma das mais vigorosas tentações que o homem tem de enfrentar é quanto ao apetite. Existe entre a mente e o corpo misteriosa e admirável relação. Um reage sobre o outro. Conservar o corpo em condição saudável a fim de desenvolver-lhe a resistência, para que cada parte do organismo funcione harmoniosamente, eis o que deve constituir o primeiro estudo em nossa vida. Negligenciar o corpo é negligenciar a mente. Não pode ser para glória de Deus terem Seus filhos corpo enfermo ou mente atrofiada. Condescender com o paladar à custa da saúde é ímpio abuso dos sentidos. Os que cometem qualquer espécie de intemperança, seja no comer ou no beber, desperdiçam as energias físicas e enfraquecem a força moral. Esses experimentarão a retribuição que acompanha a transgressão da lei física. — Testimonies for the Church 3:485, 486.
Muitos estão se incapacitando para o trabalho, mental e fisicamente, pelos excessos no comer e pela satisfação de paixões concupiscentes. Fortalecem-se as tendências pecaminosas, enquanto a natureza moral e espiritual se debilita. Quando estivermos junto ao grande trono branco, que registro apresentará então a vida de muitos! Então verão o que poderiam ter realizado se não tivessem envilecido as faculdades que Deus lhes concedera. Então reconhecerão que alturas de grandeza intelectual poderiam ter atingido, se tivessem dedicado a Deus toda a força mental e física que lhes confiara. Em sua agonia de remorso ansiarão poder viver de novo toda a sua vida. — Testimonies for the Church 5:135.
Todo verdadeiro cristão controlará o apetite e as paixões. A menos que ele esteja livre da servidão do apetite, não pode ser um genuíno e obediente servo de Cristo. É a condescendência com o apetite e as paixões que tornam a verdade sem efeito para o coração. Impossível é ao espírito e ao poder da verdade santificarem o homem — alma, corpo e espírito — quando ele é dominado pelo apetite e a paixão. — Testimonies for the Church 3:569, 570.
O grande objetivo por que Cristo suportou aquele longo jejum no deserto foi ensinar-nos a necessidade da abnegação e da temperança. Essa obra deve começar à nossa mesa, e ser estritamente efetuada em todos os aspectos da vida. O Redentor do mundo veio do Céu para ajudar o ser humano em sua fraqueza para que, no poder que Jesus lhe veio trazer, ele se torne forte para vencer o apetite e a paixão, fazendo-se vitorioso em todos os pontos. — Testimonies for the Church 3:488.
Ellen G. White, Conselhos para a Igreja, capítulo 40.

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