A casa é o santuário da família; e o
aposento particular ou o bosque o lugar mais recôndito para o culto
individual; mas a igreja é o santuário da congregação. Devem existir aí
regulamentos quanto ao tempo, lugar e maneira de adorar. Nada do que é
sagrado, nada do que está ligado à adoração a Deus, deve ser tratado com
negligência ou indiferença. Para que os homens possam verdadeiramente
glorificar a Deus, importa que em suas relações pessoais façam distinção
entre o que é sagrado e o que é profano. Os que têm idéias amplas,
nobres pensamentos e aspirações, são os que têm relações que fortalecem
todos os pensamentos sobre as coisas divinas. Felizes os que possuem um
santuário, seja ele luxuoso ou modesto, no meio de uma cidade ou entre
as cavernas das montanhas, no humilde aposento particular ou em algum
deserto. Se for esse o melhor lugar que lhes é dado arranjar para esse
fim, Deus o santificará pela Sua presença e será santo ao Senhor dos
exércitos. — Testimonies for the Church 5:491, 492.
Atitude de oração na casa de Deus —
Quando os adoradores entram na igreja devem guardar a devida compostura
e tomar silenciosamente seu lugar. Se houver no recinto um aquecedor,
não convém agrupar-se em torno dele em atitude indolente e preguiçosa.
Conversas vulgares, cochichos e risos não devem ser permitidos na
igreja, nem antes nem depois das reuniões. Ardente e profunda piedade
deve caracterizar os adoradores.
Se faltam alguns minutos para o começo do
culto, devem eles entregar-se à devoção e meditação silenciosa,
elevando a alma em oração a Deus a fim de que a adoração se torne para
eles uma bênção especial e produza convicção e conversões de outras
pessoas. Devem lembrar-se de que estão presentes ali mensageiros do Céu.
Perdemos geralmente muito da suave comunhão com Deus pela nossa
inquietação, por não promovermos momentos de reflexão e oração. O estado
espiritual da alma necessita muitas vezes ser passado em revista, e a
mente e o coração serem elevados ao Sol da Justiça.
Se ao entrarem na casa de adoração, o
povo o fizesse com a devida reverência, lembrando-se de que se acha ali
na presença do Senhor, seu silêncio redundaria em testemunho eloqüente.
Os cochichos, risos e conversas, que se poderiam admitir em qualquer
outro lugar, não devem ser permitidos na casa em que Deus é adorado. A
mente deve estar preparada para ouvir a Palavra de Deus, a fim de que
esta possa exercer a devida influência e impressionar adequadamente o
coração.
O pastor deve entrar na casa de oração
com uma compostura digna e solene. Chegado ao púlpito, deve inclinar-se
em silenciosa oração e pedir fervorosamente o auxílio de Deus. Que
impressão fará isso! Transmite uma idéia de solenidade, de reverência. O
pastor está em comunhão com Deus. Ele busca a Deus antes de se colocar
diante da sua congregação. Uma profunda solenidade se apodera de todos, e
os anjos de Deus são trazidos para bem perto. Cada um dos congregados
deve também, de cabeça inclinada, unir-se ao pregador em silenciosa
oração, e suplicar a Deus que abençoe a reunião com Sua presença,
imprimindo poder à palavra ministrada por lábios humanos. — Testimonies
for the Church 5:492.
As reuniões de testemunhos e oração não
devem causar tédio. Sendo possível, todos devem comparecer à hora
marcada e, se houver retardatários que se atrasem um quarto de hora ou
mais, cumpre não esperar por eles. Se houver apenas duas pessoas
presentes, elas podem reivindicar a promessa. As reuniões devem, sendo
possível, ser iniciadas na hora marcada, quer estejam presentes poucos
ou muitos. — Testimonies for the Church 2:577, 578.
Como se estivesse na presença visível de Deus —
A verdadeira reverência para com Deus é inspirada por uma intuição de
Sua infinita grandeza e consciência de Sua presença. Com esta percepção
do Invisível deve ser profundamente impressionado o coração de toda
criança. Deve-se ensiná-la a considerar como sagrados a hora e o lugar
das orações e cerimônias do culto público, porque Deus está ali. E ao
manifestar-se reverência na atitude e no porte, aprofundar-se-á o
sentimento que a inspira. [...] “Santo e tremendo é o Seu nome”. Salmos
111:9. — Educação, 242, 243.
Ao ser aberta a reunião com oração, todos
devem ajoelhar-se na presença do Altíssimo e elevar o coração a Deus em
silenciosa devoção. As orações dos fiéis adoradores serão ouvidas e o
ministério da palavra provar-se-á eficaz. A atitude sem vida dos
adoradores na casa de Deus é uma das grandes razões por que o ministério
não produz maior bem. A melodia do louvor, produzida por um conjunto de
pessoas, é um testemunho claro e distinto, é um dos instrumentos de
Deus na obra de salvar pessoas do pecado. Todo o culto deve ser efetuado
com solenidade e reverência, como se fora feito na visível presença do
próprio Deus.
Quando a Palavra é exposta, vocês devem
lembrar-se de que é a voz de Deus que lhes está falando por meio de Seu
servo. Escutem com atenção. Não dormitem nessa hora; porque assim
fazendo é possível que lhes escapem nesse momento justamente as palavras
de que mais necessitam ouvir — palavras que, atendidas, os livrariam de
enveredar por algum caminho errado. Satanás e seus anjos estão ativos,
criando uma espécie de paralisia dos sentidos, de modo a não serem
ouvidas as admoestações, advertências e repreensões; ou, se ouvidas, não
terem efeito sobre o coração, transformando a vida. Às vezes é uma
criança que desvia de tal modo a atenção dos ouvintes, que a semente
preciosa não cai em terreno fértil para produzir fruto. Outras, são
moços e moças que revelam tão pouco respeito pela adoração e pela casa
de Deus, que se entretêm a conversar durante a pregação. Se pudessem
perceber os anjos que os estão observando e anotando seu procedimento,
corariam de vergonha com aversão de si mesmos. Deus quer ouvintes
atentos. Foi enquanto os homens dormiam que Satanás aproveitou para
semear o joio.
Ao ser pronunciada a bênção final, todos
devem conservar-se quietos, como temendo ficar privados da paz de
Cristo. Saiam então todos sem se atropelar e evitando falar em voz alta,
sentindo que estão na presença de Deus, Seus olhos repousam sobre todos
e que devem agir como se estivessem em Sua visível presença. Ninguém
deve deter-se nos corredores para encontros e tagarelice, impedindo a
passagem aos outros que buscam a saída. Os arredores imediatos da igreja
devem caracterizar-se por uma sagrada reverência, evitando os crentes
fazer deles lugar de encontro com os amigos, a fim de trocarem frases
banais ou tratarem de negócios. Tais coisas não convêm na igreja. Deus e
os anjos têm sido desonrados em algumas igrejas pelas risadas
barulhentas e irreverentes e o ruído de pés. — Testimonies for the
Church 5:493, 494.
A reverência infantil —
Pais, exaltem o padrão do cristianismo na mente de seus filhos,
ajudando-os a entretecer a pessoa de Jesus em sua experiência,
ensinando-os a ter o maior respeito pela casa de Deus e a compreender
que quando entram ali devem fazê-lo com o coração comovido, ocupando-se
com pensamentos como estes: “Deus está aqui; esta é a Sua casa. Devo
alimentar pensamentos puros e guiar-me pelos mais santos propósitos. Não
devo conservar em meu coração orgulho, inveja, ciúme, suspeitas, ódio
ou engano, porque estou na presença de Deus. Este é o lugar onde Deus
vem encontrar-Se com Seu povo e o abençoa. O Altíssimo e Santo, que
habita na eternidade, me vê, esquadrinha meu coração, e lê meus mais
secretos pensamentos e atos de minha vida.” [...]
A delicada e impressionável mente dos
jovens avalia o trabalho dos servos de Deus pela maneira como seus pais
tratam o assunto. Muitos chefes de família têm por costume criticar em
casa o culto, aprovando umas poucas coisas e condenando outras. Desse
modo a mensagem de Deus aos homens é criticada, posta em dúvida e
tratada levianamente. Só os livros do Céu poderão revelar que impressões
são produzidas por essas observações imponderadas e irreverentes. Os
filhos vêem e compreendem essas coisas muito mais facilmente do que
imaginam os pais. Ao seu senso moral é assim dada uma orientação errada
que o tempo nunca conseguirá retificar de todo. Os pais muitas vezes se
queixam da dureza de coração dos filhos e da dificuldade que têm em
convencê-los de seu dever de atender às exigências divinas. —
Testimonies for the Church 5:494, 497.
Deve também mostrar-se reverência pelo
nome de Deus. Jamais deve esse nome ser proferido levianamente,
precipitadamente. Mesmo na oração, deve ser evitada sua repetição
freqüente e desnecessária. “Santo e tremendo é o Seu nome”. Salmos
111:9. Os anjos, quando pronunciam este nome, cobrem o rosto. Com que
reverência devemos nós, que somos decaídos e pecadores, tomá-lo nos
lábios! — Educação, 243.
Vi que o santo nome de Deus devia ser
usado com reverência e temor. As palavras Deus todo-poderoso são
juntadas e usadas por alguns em oração de maneira irrefletida e
descuidada, o que Lhe é desagradável. Tais pessoas não possuem o senso
de Deus ou da verdade, ou não falariam tão irreverentemente do grande e
terrível Deus, que breve irá julgá-los no último dia. Disse o anjo: “Não
as associem, pois terrível é o Seu nome.” Os que compreendem a grandeza
e a majestade de Deus, tomarão o Seu nome nos lábios com santo temor.
Ele habita na luz inacessível: nenhum homem pode vê-Lo e viver. Vi que
essas coisas precisarão ser compreendidas e corrigidas antes que a
igreja possa prosperar. — Primeiros Escritos, 122.
Devemos reverenciar a Palavra de Deus.
Devemos mostrar respeito para com o volume impresso, nunca fazendo dele
usos comuns, ou manuseando-o descuidadamente. Jamais devem as Escrituras
ser citadas em uma pilhéria, ou referidas para reforçar um dito
espirituoso. “Toda Palavra de Deus é pura” (Provérbios 30:5), “como
prata refinada em forno de barro e purificada sete vezes”. Salmos 12:6.
Acima de tudo, ensine-se às crianças que a
verdadeira reverência se mostra pela obediência. Deus nada ordenou que
não seja essencial; e não há outro modo de se Lhe manifestar reverência
tão agradável como a obediência ao que Ele disse.
Deve-se mostrar respeito para com os
representantes de Deus — pastores, professores pais, os quais são
chamados para falarem e agirem em Seu lugar. No respeito que lhes é
manifestado, Deus é honrado. — Educação, 244.
Bom seria, para velhos e jovens,
ponderarem as palavras da Escritura que mostram como o lugar assinalado
pela presença especial de Deus deve ser considerado. “Tira os teus
sapatos de teus pés”, ordenou Ele junto à sarça ardente, “porque o lugar
em que tu estás é terra santa”. Êxodo 3:5. Jacó, depois de contemplar a
visão dos anjos, exclamou: “O Senhor está neste lugar, e eu não o
sabia. [...] Este não é outro lugar senão a casa de Deus; e esta é a
porta dos Céus”. Gênesis 28:16, 17. — Obreiros Evangélicos, 178, 179.
Tanto por exemplo como por preceito,
deveis demonstrar que reverenciais vossa fé, falando reverentemente de
coisas sagradas. Nunca permitais que escape de vossos lábios uma
expressão de leviandade e frivolidade quando citais as Escrituras. Ao
tomar a Bíblia nas mãos, lembrai-vos de que estais sobre terra santa. Há
anjos ao vosso redor, que poderíeis ver se fossem abertos os vossos
olhos. Seja vossa conduta de molde a deixardes sobre cada alma com que
vos relacioneis a impressão de que estais rodeados de uma atmosfera pura
e santa. Uma palavra vã, uma risada frívola, podem impelir uma alma na
direção errada. Terríveis são as conseqüências de não ter constante
ligação com Deus. — Fundamentos da Educação Cristã, 194, 195.
Nossa roupa deve testemunhar de que Deus domina nossa vida —
Todos devem ser ensinados a trajar-se com asseio e decência, sem,
porém, se esmerarem no adorno exterior que é impróprio para o santuário.
Não deve haver ostentação de vestuário, pois isso provoca irreverência.
Não raro a atenção das pessoas é dirigida sobre uma ou outra peça de
roupa e desse modo são sugeridos pensamentos que não deveriam ocorrer na
mente dos adoradores. Deus deve ser a razão exclusiva de nossos
pensamentos e de nossa adoração; qualquer coisa tendente a desviar a
mente de Seu culto solene e sagrado constitui uma ofensa a Ele. [...]
Deve-se cuidar estritamente de toda a
questão do vestuário, seguindo à risca as prescrições bíblicas; a moda é
uma deusa que impera no mundo, e não raro se insinua também na igreja. A
igreja deve também a este respeito fazer da Bíblia sua norma de vida, e
os pais fariam bem em meditar seriamente neste assunto. Se virem os
filhos inclinando-se para a moda, devem, como Abraão, ordenar
resolutamente a sua casa de acordo com seus princípios. Em vez de
vincular os filhos ao mundo, devem uni-los a Deus. Que ninguém desonre a
casa de Deus com enfeites ostensivos. Deus e os anjos estão ali
presentes. O Santo de Israel assim Se manifestou por meio de Seu
apóstolo: “O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos,
no uso de jóias de ouro, na compostura de vestidos; mas o homem
encoberto no coração; no incorruptível trajo de um espírito manso e
quieto, que é precioso diante de Deus”. 1 Pedro 3:3, 4. — Testimonies
for the Church 5:499, 500.
Ellen G. White, Conselhos para a Igreja, Capítulo 45.
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