Tudo começou com Anne Jarvis. No dia 9 de
maio de 1906, essa moça perdera a mãe, a quem muito amava. Ao comemorar
o primeiro aniversário da morte de sua genitora, Anne lhe prestou
sentida homenagem. Entretanto, achou que todas as mães, vivas ou
mortas, deveriam ser homenageadas. Assim, tomou a iniciativa de escrever
uma carta ao governador de West Virginia, Estados Unidos, sugerindo que
ele organizasse anualmente uma comemoração especial em homenagem às
mães. O Sr. William Glasscock gostou da idéia. Deste modo, já em 1910,
baixou um decreto, instituindo oficialmente o ”Dia das Mães”, naquele
Estado. Como homenagem a Anne, que dera a
sugestão, o governador determinou que as comemorações se realizassem no
segundo domingo de maio, data mais próxima da morte da mãe de Anne.
Em 1914, a comemoraç ã se havia
estendido pelo país todo, levando o então Presidente Woodrow Wilson a
baixar um ato, oficializando o “Dia das Mães” em todo o território
norte-americano. Em 1918, a comemoração chegou ao Brasil, sendo
realizada pela primeira vez em Porto Alegre, numa iniciativa de moças e
senhoras, sob o patrocínio da Associação Cristã de Moços da capital
gaúcha. Somente em 1932, o Presidente Getúlio Vargas baixou o Decreto –
lei nº 21.366, de 5 de maio, determinando a comemoração oficial do “Dia
das Mães” em todo o País .
A iniciativa é, portanto, louvável. E a
homenagem, justa e merecida, visto que o papel desempenhado pela mãe é
importantíssimo no contexto da sociedade humana.
Há, porém, MÃES e mães.
MÃES são aquelas que se preocupam com a transmissão da herança religiosa a seus filhos.
MÃES são aquelas que educam a criança no caminho do Senhor, buscando na Palavra eterna as diretrizes para uma vida plena e útil.
MÃES são aquelas que, de
manhã e à noite, alimentam os filhos com o pão do Céu. Para elas, ”o
reino de Deus e a Sua justiça” têm primazia.
MÃES são aquelas que, diante dos problemas da vida, dobram os joelhos para buscar a solução do Céu.
MÃES são aquelas que,
desprezando muitas vezes as delícias de um passeio ou qualquer outro
entretenimento, ficam junto dos filhos para lhes amparar os passos neste
mundo mau.
MÃES são aquelas que se
preocupam em viver de maneira simples e modesta, procurando dar
um exemplo digno de imitação. São aquelas que, rejeitando os
artificialismos tão em voga em nossos dias, se contentam com as
graças da vida cristã.
Enfim, MÃES são aquelas que, à semelhança de Joquebede e Eunice, preparam os filhos para esta e para a vida vindoura.
Já mães (com letras
minúsculas) são aquelas que se relacionam com os filhos tão – somente
por elos meramente físicos e materiais, sem nenhuma conotação moral e
espiritual.
O mundo está cheio de “mães artificiais”,
produto de uma sociedade de consumo, massificadora. O mundo, lá fora,
está cansado de mães sem afeto, sem carinho, sem o temor de Deus, sem
nada. Mães que preferem uma vida existencialista; mães que preferem
o sabor de frutos proibidos.
O arraial de Deus não deve dar lugar a esse tipo de mãe. O que diríamos da mãe ausente?
É triste ver como muitas mães se afastam do lar, fugindo aos deveres
domésticos e às responsabilidades para com os filhos! Pobres
crianças! Todos sabemos que, nos primeiros anos, a criança assimila
muito daquilo que lhe vai nortear o caráter através da vida. É nos
primeiros anos que se lança a semente de uma personalidade sadia e
consequente.
No arraial de Deus não deve haver mães
negligentes quanto ao altar da família. Quanta mãe moderninha já não
aposentou o estudo da lição e a leitura da Palavra de Deus! Muitas delas
estão preocupadas com novelas e contos fantasiosos. “Já é hora de ir
para a cama, menino” dizem muitas mães, mais interessadas no enredo da
novela do que no diálogo com os filhos.
Hoje em dia, quanta mãe preocupada com o “chá das cinco”! Quanta mãe interessada em conversas frívolas!
No arraial de Deus não há lugar para mães moderninhas, “pra frente”, na “crista da onda”. Não, não há lugar.
A verdade é que muitos filhos estão
perdendo o contato com as coisas eternas porque muita mãe por aí relegou
a plano secundário sua nobre missão no mundo. Muitos filhos teriam
destino diferente, se as mães moderninhas deixassem de preocupar-se
apenas com as sobrancelhas, com o esmalte das unhas, com os cosméticos.
A maior herança que a verdadeira mãe em
Israel deixa para seus filhos, é a religião prática. A transmissão da
herança religiosa está sofrendo solução de continuidade em muitos lares,
por causa de mães moderninhas.
Temos, felizmente, muitas mães em Israel
ainda. Deus saberá recompensá-las. A Igreja também saberá aquilatar-lhes
o trabalho dedicado.
Louvemos ao Senhor neste mês, exaltando a
elevada missão das verdadeiras mães em Israel. E nós, filhos, saibamos
honrar essas autênticas colunas da Igreja: as MÃES.
Texto Publicado na Revista Adventista de Maio de 1977.
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